Já se vão sete anos da época em que trabalhava no JB e cobria, principalmente, Oriente Médio. Uma das matérias de que mais me orgulho saiu pequena, contava com poucas fontes, fontes de um lado só, e não falava de nada especialmente importante politicamente. Era sobre o cerco israelense a Ramala, cidade mais importante da Cisjordânia.
Apesar de achar o título melodramático (o meu era outro) ainda teria orgulho de escrever essa matéria hoje. O grande problema é que o mundo conseguiu torná-la obsoleta: morreu comparativamente pouca gente nessa ocasião. A matéria, salvo engano, não noticia mortes, mas uma agoniada espera.
Em 2002, fez-se um grande escândalo sobre um massacre ocorrido na cidade palestina de Jenin, na Cisjordânia. Em seguida, formou-se outro escândalo quando se descobriu que o massacre não tinha sido tão grande. O primeiro movimento foi dizer que o Exército israelense exagerou na resposta. O segundo, dizer que a imprensa exagerou na reação.
Pois bem: desde o início da ofensiva a Gaza já morreram, comprovadamente, mais do dobro de palestinos mortos nos rumores que davam conta de Jenin. A realidade suplantou um exagero espetacular.
É difícil pensar que não estamos nos acostumando a isso.
12.1.09
فلسطين
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