29.4.08

Personal Che no Happy Hour, do GNT

Marquem na agenda: quarta-feira, 30 de abril, às sete da noite, Personal Che bate ponto no Happy Hour, programa de debates do GNT apresentado por Lorena Calábria e Fred Lessa. O tema do dia será Manifestos. Antes que alguém ache que vou lá para falar de Oswald de Andrade ou qualquer outro vanguardista, aviso que é sobre manifestações, protestos e quetais.

Como a gênese do protesto moderno é 1968, Zuenir Ventura dirá presente, assim como eu, falando de Che Guevara, bandeira de qualquer fuzarca levemente política desde aquele ano.

Espero que seja divertido. Quem quiser pode acessar o site do programa e debater através de emails e até – sim, internauta moderno – vídeos!

Atualização pós-programa: Zuenir não foi, mas o programa acabou sendo um bate-boca divertido entre eu, Guilherme Fiúza (Meu nome não é Johnny), Beth Carvalho (que dispensa apresentações) e alguns músicos do Afroreggae. O destaque vai pra Beth, que se provou um Che Guevara do samba: "O povo não se mobiliza por causa da CIA e dos americanos!", "como vocês fazem canção de protesto usando o hip-hop, que é o ritmo do inimigo?".

Outra atualização:
Um pedacinho do programa:


15.4.08

Forma e conteúdo

Dá pra perceber quando uma revista se importa menos com uma história e mais com como contá-la quando uma matéria sobre tigres na Índia tem sete páginas e outra sobre elevadores, oito.

9.4.08

Che, oficialmente



Agora é pra valer: Personal Che, a obra-camiseta, o livro-em-movimento, o filme-bate-boca, a meditação-em-modo-nervoso, o do-comentário desarmado e desalmado, estréia oficialmente nos cinemas brasileiros no dia 13 de junho, distribuído pelo Grupo Estação.

Ainda estamos alinhavando a estratégia de divulgação, mas a parte mais importante dela é você que lê essas linhas. Divulgue o filme entre amigos de direita e esquerda, entre assinantes da Veja e compradores da Caros Amigos, fãs de Glauber ou Spielberg, entre tucanos, petistas, bushistas, fidelistas, gandhistas, maometanos, católicos, tibetanos, ateus e quem mais. Chame a Dilma Roussef e a dengue.

Aponte-os para o site do filme (www.personalche.com), para o blog de notícias (personalche.blogspot.com), para a comunidade no Orkut (www.orkut.com/Community.aspx?cmm=36062170), para o trailer no YouTube (youtube.com/watch?v=1nyBxg32Wd0), dê de presente o pôster (www.douglasdm.com.br/veja/posterpersonalche.pdf) ou remixe a música-tema (www.douglasdm.com.br/ouca/Personal Che Monareta.mp3).

Entre em contato conosco se quiser ajudar e não souber como!

8.4.08

Anjos

Lost paradise é um livro escrito por uma holandesa, Cees Nooteboom. Na revista americana The New York Review of Books, o nobel sul-africano J.M. Coetzee faz uma resenha do livro, sobre uma descendente de alemães que vive no Brasil, se perde na Austrália e se reencontra na Áustria.

(comentário posterior: me parece que o resenhista é melhor que seu objeto)

(comentário de muuuuuuuuuito depois: a mulher vem pra FLIP)

7.4.08

Gradiva

Hoje, nada do mundo real. Ou quase.

De volta a essa terra



De escassa importância para quem quer que seja, mas hoje faz um ano que deixei Bogotá para voltar ao Rio. A tudo e a todos que aconteceram lá, uma música e essa foto.

1.4.08

La verité del cinema mentiré

Acabo de assistir a Tigre de papel, documental colombiano de Luis Ospina (mais no post abaixo). O resultado é irregular, há uns 15 minutos de gordura, mas não há porque deixar de saudar com estrondo sua energia. Há o conceito e há a verve. Ospina uniu ambos magistralmente nesse trabalho que mente para admitir, é reflexivo para falar de quase tudo e ri para chorar a morte de tanta coisa que nos parece cara.

Já seria de se louvar o fato de que um latino-americano está entrando no pouco visitado (em que pese Jorge Furtado e seu Ilha das flores) território do falso documentário/fake doc/mockumentary. Seria uma louvação modesta, já que o gênero está aí há boas décadas. Mas Tigre dá seu pulo justamente por ser um documental farsesco sobre um personagem inexistente que é acidamente sincero até a última consequência.

Contextualizo: o filme é sobre Pedro Manrique Figueroa, artista colombiano de segundo escalão, agitador, esquerdista de mil tendências, provocador, idealista. E que nunca existiu. Ou melhor, sempre existiu, pois quem há de dizer que nunca conheceu alguém como ele, ou como facetas dele? Através de Manrique, Ospina fala de uma geração que sonhou e lentamente deixou a cama para dormir algo desconfortavelmente no chão, de gente que quis mudar o mundo e mal conseguiu dar rumo à propria vida. Não à toa, há nexos entre o filme e Utopia e barbárie, que Silvio Tendler apronta para breve e que aborda o mesmo caldo ideológico-cultural dos 60 e seu gradual, dolorido adeus às armas (em sentido amplo, por favor). É o – tardio, dizem alguns – olhar no espelho de uma geração que se propôs coisas superlativas. E tudo isso através de um gênero do documentário que geralmente bordeja a comédia.

Mas o que dizer de um personagem que oferece ao Museu Nacional sua principal obra – ele mesmo – e é recusado? O que dizer de um homem que termina seus dias vendendo má poesia a casais enamorados nas ruas de Bogotá ao lado de um sujeito chamado Pocalucha?

Duríssimas risadas, duríssimo filme, duríssima vida.