30.8.08

Em marcha



Saiu hoje minha primeira reportagem mexicana para a Folha de São Paulo (apenas para assinantes, aqui). Fala sobre a onda de violência que o país vive, razão de uma enorme marcha até a praça central da capital, o Zócalo. Um trecho:

"Ontem, o país acordou com a notícia de que o crime organizado havia decapitado 12 pessoas em Mérida, capital do Estado de Yucatán. Hoje, milhares de mexicanos em todo o país e em cerca de 30 cidades ao redor do mundo sairão às ruas de branco e velas na mão com o objetivo de pedir um basta na violência. Céticos apontam que mobilizações anteriores do tipo não tiveram resultado."
Como dá para perceber, a matéria foi escrita antes da marcha, avaliando suas razões e a (pouca, na minha opinião) chance de gesto desse tipo mudar alguma coisa. Não deu para incluir muita coisa interessante, como boa parte da análise do cientista político Guillermo Zepeda, que aponta que o pico de violência atual tem a ver com a transformação do narcotráfico do país. Antes o México era um corredor de transporte. Hoje, virou mercado consumidor. É interessante acompanhar como os mexicanos estão lidando com o problema do tráfico e da violência exatamente porque dá para fazer muitas pontes com o caso brasileiro. Outro dia escrevo um pouco mais sobre isso.

Agora basta dizer que uma ou outra pessoa que não pôde ir à marcha acendeu sua velinha a porta de casa, que o enorme Zócalo se encheu de gente bem intencionada – e que é pouco provável que isso comova governo ou bandidos.

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