Ontem fez sete anos em que estava sentado tranqüilamente no chão da minha casa às dez e pouco da manhã, tomando café e lendo uma matéria no Caderno B, do Jornal do Brasil, sobre o novo disco de Jorge Ben(jor). Toca o telefone e o então sub-editor de Internacional do JB, Sérgio Benevides, me diz um tanto ofegante que houve um acidente em Nova York.
– Tem um acidente de avião em Nova YorkSérgio nunca perdia sua fleuma, mas dava para sentir que havia medo no tom de sempre. Meu carro demorou a pegar, meu rádio demorou a sintonizar na CBN, mas quando consegui, um locutor dizia que havia pelo menos 19 aviões fora do alcance dos radares. Depois, que o Congresso americano estava em chamas. Depois, que a Casa Branca havia sido atacada. O celular começou a tocar e amigos com que há muito não falava, atônitos, vinham perguntar o que estava acontecendo, se aquilo era o começo da Terceira Guerra. Eu mesmo não sabia. Acho que ninguém sabia.
– Caramba! Grave?
– É, na verdade, foram dois aviões.
– Cacilda! Que coincidência!
– É, e os dois bateram no World Trade Center.
– Hã?
– É, dois aviões grandes.
Houve muita confusão. E, depois, muitas críticas ao que se escreveu naqueles dias (das quais discordo com veemência). O fato é que um dos protagonistas está de saída (ainda bem, mas isso não vai mudar muita coisa) e o outro ainda não foi pego (o que é uma pena, mas também não mudaria muita coisa).
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